A emergência, a nível mundial, de operações de fusão e aquisição tem sido acompanhada por um aumento da sua complexidade e sofisticação. Por um lado, a globalização dos mercados tem alavancado esta tendência, por outro, o aparecimento de novos intermediários financeiros e a diversidade de novas formas de se efetuar transações tem conduzido a novas oportunidades para que as operações aconteçam.
Consideremos o caso particular de uma empresa, cujos fundadores investiram tempo, dinheiro e dedicação para que o seu negócio tivesse alcançado um elevado patamar. No entanto, atualmente, veem-se confrontados com a necessidade de terem de tomar uma decisão estratégica para o futuro da empresa que não passa pela sua continuidade.
Por entre as opções equacionadas para solucionar o problema estão:
Não havendo descendentes nem compradores interessados, e colocando de parte o cenário de liquidação, a melhor solução poderá estar dentro da própria empresa, principalmente quando a mesma possui quadros com capacidade, experiência e vontade para prosseguir com o negócio.
Transações que envolvem gestores ou equipas de gestão, quer sejam internas ou externas, tem-se se tornado populares. Estas transações podem ser operações de Management buy-out (MBO), que ocorrem quando um gestor ou equipa de gestão de uma empresa adquire parte ou mesmo a totalidade do capital da empresa aos atuais sócios. Por sua vez, as operações de Management buy-in (MBI) acontecem quando um gestor ou equipa de gestão externa assume uma posição no capital da empresa.
No caso considerado, uma operação de MBO seria apetecível para um gestor ou equipa de gestão da empresa que, conhecendo bem o negócio, visse na aquisição de uma participação no capital a um preço justo uma forma de ter um papel mais preponderante e compensatório do que o de um mero funcionário. Para o sócio vendedor, o MBO pode vir a representar uma oportunidade para um bom encaixe financeiro, e, ao mesmo tempo, o aumento das probabilidades do negócio se perpetuar no futuro.
A concretização de MBO poderia ser possível com financiamento através da injeção de capitais próprios do adquirente, mas também ser financiada por entidades externas como fundos de private equity.